Contada depois de morto
Nathália Melissa
O livro Memórias Póstumas de Brás Cubas foi
um romance realista escrito por Machado de Assis em 1880. A história começa com
uma dedicatória “Ao verme que primeiro roeu as frias carnes do meu cadáver
dedico com saudosa lembrança estas memórias póstumas”, Brás Cubas era um garoto
rico e mimado que fazia todos os tipos de travessuras era uma criança sem
limites, por isso ganhou dos escravos o apelido de ‘menino diabo’. Quando
estava com dezessete anos apaixonou-se por Marcela, uma prostituta de luxo que
quase acabou com a fortuna da família, ele mesmo dizia que este amor durou
quinze meses e onze contos de réis.
Para se esquecer de Marcela, seu pai
manda-o para a Europa para estudar direito a fim de se tornar Bacharel em
Coimbra, foi um período muito triste longe de seu amor, algum tempo depois teve
de regressar ao Rio de Janeiro por conta da morte de sua mãe. Depois disso
passa a namorar Eugênia que era coxa de nascença, filha de Dona Eusébia uma
amiga pobre da família, mas não dura muito tempo. Como seu pai deseja que ele
ingresse na política força o relacionamento entre Brás e Virgília que é filha
do conselheiro Dutra, pois ele apadrinharia o futuro genro. Um típico
relacionamento por interesse, mas, no entanto acaba se apaixonando pela moça
que foi seu segundo amor mais duradouro. Porém Virgília resolve se casar com
Lobo Neves que também se interessava em entrar na carreira política.
Com a morte do pai de Brás Cubas acorreu um
conflito entre ele e sua irmã Sabrina que era casada com Cotrim. Mesmo casada
com Lobo Neves, ao reencontrar Brás apaixona-se por ele e tornam-se amantes
assim Virgília engravida, mas o bebê morre antes de nascer. As traições não são
típicas dos dias atuais elas vêem desde o século XIX acompanhadas de mentiras e
confusões. Como o romance dos dois precisava ser escondido, Brás Cubas convence
Dona Plácida, que é empregada de Virgília, a aceitar que o casal apaixonado se
encontre em sua casa as escondidas, o que lhe custou cinco conto de réis. Para
seguir a vida em frente Brás Cubas tentar virar ministro de estado, mas não
consegue, então funda um jornal. Neste tempo depois de vários anos Virgília que
já está velha e sem a beleza de antes pede a seu ex-amante que ampare a Dona
Pláscida que morre logo em seguida. Além disso, percebe ele que Quincas Borba
passa a dar sinais de loucura. Nesta parte da história começa uma seqüência de
funerais, pois falecem Marcela, Quincas Borba e o marido de Virgília, Lobo
Neves. Para tentar ser reconhecido por algo de importante nosso defunto-autor
faz uma última tentativa, o “Emplasto Brás Cubas” que acreditava que tiraria
toda a melancolia da humanidade curando todos os tipos de doenças, mas
ironicamente quando foi às ruas para resolver sobre seu mais novo projeto, saiu
na chuva, pegou pneumonia e morreu aos 64 anos de idade. Virgília acompanhada
do filho que teve com Lobo Neves vai visitá-lo em seu leito de morte e após
delirar muito morre cercado de alguns familiares. Uma morte triste, pois passou
a vida querendo ser reconhecido por algo, devido a isso ficou sozinho e morreu
sem conseguir seus objetivos. No final da história depois que conta sua morte,
o autor volta a contar a história ao contrário falando apenas dos pontos
negativos de sua vida:
“Não alcancei a celebridade do emplasto,
não fui ministro, não fui califa, não conheci o casamento”. Verdade é que, ao
lado dessas faltas, coube-me a boa fortuna de comprar o pão com o suor do meu
rosto. Mais; não padeci a morte de Dona Pláscida, nem a demência de Quincas
Borba. Somadas umas coisas e outras, qualquer pessoa imaginará que não houve
míngua nem sobra e consequentemente que saí quite com a vida. E imaginará mal;
porque ao chegar a este outro lado do mistério, achei-me com um pequeno saldo,
que é a derradeira negativa do meu final, não tive filhos, não transmiti a
nenhuma criatura o legado da nossa miséria.
Nathália Melissa/ 3º amarelo/ 3º bimestre